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terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Fogos


Abraçá-lo, não porque estou só, mas sim porque nos seus braços encontro refúgio contra os fantasmas que me rondam. Beijá-lo com a boca quente, sem fugir do frio dos meus próprios lábios. Amar, sem me perder, perdendo-me no seu fogo ardente. Esquecer que sou e que não serei, porque nunca fui. Deixar espaço para a vida sem nomes, para que enfim eu possa saber seu verdadeiro nome, que não é nem o seu nem o meu, talvez o nosso, muito além de nós dois. Embriagar-me com as mais essenciais poções, o seu suor, as suas lágrimas e a sua saliva, para encontrar a mais pura lucidez envolta em brancas nuvens flutuantes, sempre, nesse instante fugaz que termina cada vez que mergulhamos e saímos desse escuro mar redentor.

De noite, a lua acesa. De dia, o desejo de uma vida. Sempre, resgatando cada instante pleno, à luz de velas, à luz da manhã, na claridade da noite. Abraçá-lo para sempre, para repousarmos no sentido. Extraído do livro Fogos, de Simone Grecco - pag. 19

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